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segunda-feira, 21 de março de 2011

Lipídeos na Nutrição Animal - 2ªparte

           
Como no 'post' anterior eu fiquei devendo apresentar algo mais aprofundado sobre as características terapêuticas de ácidos graxos, fiz um resumão mostrando como alguns ácidos graxos poliinsaturados podem ter ação imunosupressora!




Lipídeos e o Sistema Imune


Biossíntese de Ácidos Graxos

    Os mamíferos podem sintetizar ác. graxos a partir do acetil-CoA, porém estes são saturados, e no organismo animal só existe um tipo de enzima capaz de introduzir uma dupla ligação (D9), estas são encontradas em maior variedade em plantas (D5, D6, D12, D9 e D15).






Linfócitos
  • Linfócitos são células capazes de reconhecer e responder a antígenos, presentes no sangue e na linfa.
  • Linfócito B: sua proliferação é estimulada pela ativação de imunoglobulinas e produz mais anticorpos.
  • Linfócito NK (“natural killer”): são capazes de lisar células tumorosas ou infectadas por vírus.
  • Linfócitos T: reconhecem o antígeno, ativa secreções cabíveis, produz substâncias citotóxicas, monitora e desativa a resposta imune quando não há mais antígeno.
  • Th (“T helper”): inicia e modula a resposta imune.
  • Th1: resposta a infecções (fagocitose e citotoxidade).
  • Th2: resposta a alergias (eusinófilos e mastócitos -imunoglobulinas).
  • CTL (“cytotoxic T lymphocytes”): combate diretamente o agressor.




Resposta Imune

     A resposta imune ideal é aquela deflagrada pela agressão, segue seu curso, cumpre seu papel e no momento certo é desativada.
     Quando, por algum motivo, esta diretriz não pode ser seguida podemos perceber respostas imunes eficazes, porém, não ideais resultando em infecção sintomática.


Ácidos Graxos Dietéticos e Função de Células Imunes

     O principal interesse dos AGs na função imune é para intensificar a elucidação dos eicosanóides derivados do àc. aracdônico na modulação da inflamação e imunidade, pois seus mediadores podem ser inibidos por ác. graxos poliinsaturados de cadeia longa encontrados no óleo de alguns peixes marinhos, principalmente.


Efeitos dos AGs na Função Imune (in vitro):

     Ácidos graxos poliinsaturados inibem a proliferação dos linfócitos pela ação mitogênica.
     Inibe a produção de citoquina linfócito-derivada (CTL). Essa inibição esta relacionada com o grau de insaturação do ác. graxo.
     A atividade de linfócitos NK também foi inibida.
     A cultura de células com ácido oleico, linoleico, a-linoleico, aracdônico, eicosapentaenóico ou docosahexaenóico resultou em níveis menores de IL2 (interleucina), liberado por Th2.
     Ácidos graxos insaturados não fazem efeito na produção de imunoglobulinas (Ig) em concentrações abaixo de 100 mM, contudo concentrações acima de 1mM inibem fortemente a produção de Igs, por inibir a liberação de citoquinas liberadas por Th1, em acordo com a inibição de IL2.


Efeitos dos AGs na Função Imune

     Dietas suplementares em mulheres saudáveis por duas semanas com PUFAs n-3 (2,4 g/d) resultou em baixa atividade mitogência e 18 g de óleo de peixe (6 g/d) por seis semanas resultou em baixa atividade de fitohemaglutinina que é um fator, junto com a concavalina A, de estimulo da proliferação de linfócitos T.
    Alguns autores relatam que certos lipídios estão relacionados com a transdução de sinais celulares, principalmente no fígado, para metabolismo de lipoproteinas e diferenciação de adipócitos, influenciando também na redução de mRNA, IL1 e IL6 de Th1 e Th2.


PUFAs na função de Leucotrienos (LT)

      LTB5 é 10% menos ativo que LTB4 e ainda pode inibir sua ação.
     O tratamento com 18 g/d de EPA por seis semanas se mostrou eficiente no tratamento de artrite concomitante com a diminuição de 33% da ingestão de ácido aracdônico, resultando em inibição observada de 50% de LTB4 no neutrófilo.





Lipídeos Dietéticos

     A redução das atividades de linfócitos observada em animais com dietas ricas em ácidos graxos poliinsaturados torna também animais saudáveis mais suscetíveis ao ataque de microrganismos, visto que a resposta imune é dependente de linfócitos Th1.

     PUFAs demonstraram efeitos antiinflamatórios e imunossupressores.


Os óleos utilizados como fontes nos experimentos foram:

–óleo de girassol,
–óleo de soja,
–óleo de semente de linhaça,
–óleo de peixe (Menhaden) e
–óleo de oliva
puros ou misturados.



Conclusão

       Estudos em animais dependem de um protocolo para diferentes espécies. Existem ainda muitos fatores que vão influenciar diretamente no sistema imune e no metabolismo de ácidos graxos, como lipoproteínas, antioxidantes e situações patogênicas, contudo alguns ácidos graxos podem ter participação importante nos tratamentos envolvendo alterações da resposta imune.




Aproveitem e bons Estudos
Dra. Aline Almeida 

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