Balanceamento de Dietas Personalizadas, Dietas Clínicas Especiais e Orientação para Dietas Caseiras, Naturais ou Complementação Natural Adequada para Cada Fase da Vida do Animal

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segunda-feira, 28 de março de 2011

Ração comercial x Dieta caseira

          É muito complicado falar mal de todas as rações, como é muito comum ver campanhas na internet, contudo as rações foram um  marco na facilitação do manejo e prevenção de contra a falta de nutrientes para as espécies de animais mantidas em cativeiro, garantindo as quantidades necessárias desses e permitindo qualidade de vida e produção para os animais que as consome. Mas é impossível ignorar que na lista de prós e contras, a segunda coluna vem aumentando. Vejamos:

Prós:
  • Fornecimento de fontes de quase todos os nutrientes necessários para as diversas fases da vida do animal;
  • Alimento fornecido na forma de grãos com dureza e tamanho que favorecem os dentes, favorecem a mastigação;
  • Versatilidade na composição;
  • A técnica empregada no beneficiamento das rações de cães e gatos (a extrusão) melhora a digestibilidade, aumentado a disponibilidade e o aproveitamento de nutrientes de origem vegetal para estas espécies;
Contras:
  • É um alimento que pode ser considerado muito "forte" ou muito "pesado" ou seja com uma concentração alta de nutrientes em pequenas quantidades de alimento;
  • Nem sempre é palatável ou com odor atrativo para todos os animais;
  • É seco, o que exige mais do metabolismo do animal na produção de saliva e na produção de sucos digestivos e enzimas para que ocorra a digestão dos alimentos
  • A formulação das rações geralmente são pobres em fibras fermentáveis, que são essenciais na manutenção da saúde da mucosa intestinal;
  • Contém aditivos quimicos que não são indicados para alimentos de uso continuo em humanos, pois aumentam os riscos de alergias, intoxicações alimentares, distúrbios renais e hepáticos, como corantes, flavorizantes e conservantes, que não possuem dados cientificos suficientes para garantir uma contra indicação na indústria de rações para animais.
          É importante ressaltar que a maioria dos animais alimentados exclusivamente com na ração não apresentam necessariamente, nenhum problema clínico.
           Contudo, para animais que já apresentem qualquer sintoma clínico a dieta caseira se apresenta como a melhor alternativa, absolutamente,  durante qualquer que seja o tratamento. Desde que a dieta seja bem orientada para que a densidade de nutrientes seja corretamente manipulada afim de se garantir a maior saúde intestinal,  pode melhorar a capacidade de digestão  e de absorção de nutrientes bem como sua metabolização.
          A dieta caseira abre a possibilidade de diversos estimulos de paladar e olfato, variação de fontes e inclusão de nutrientes de acordo com diversas particularidades, que podem ser ocasionada por uma gama igualmente diversa de situações as quais os animais podem estar dispostos, como doenças, cargas de trabalho, reprodução,  fragilidades digestivas e intoxicações, dentre outras situações. Essa forma de alimentação também pode favorecer a saúde com a inclusão de alimentos com características nutracêuticas, que alem de nutrir gera benefícios extras ao organismo, como o fortalecimento do sistema imune. A nutrição é uma importante feramenta na prevenção de doenças, favorecendo as defesas narturais do animal.
          As dietas caseiras podem ter efeitos excelentes durante os tratamentos, contudo é facilmente passível de erro se não for bem orientada, pois as diferenças de metabolismo em comparação com humanos são  marcantes a ponto de gerarem problemas metabólicos graves se as proporções de nutrientes oferecidas não estiverem de acordo com as inidicações adequadas para cada espécie animal.
          Seguindo as inidicações corretamente  dieta caseira gera resultados muito especiais, além de nutrição adequada e saúde, como bem estar e "Felicidade"!
          Pode parecer engraçado fazer essa afirmação: "Dieta caseira aumenta a felicidade de animais!" mas é notável a alegria do animal ao sentir um sabor TÃO bom, mas TÃO bom durante sua refeição que, para eles, é quase impossível largar o prato sem um 'sorriso' no focinho, um brilho nos olhos e um rabinho incontrolávelmente abanando em uma gratidão ENORME além de satisfação garantida! 
         Quem já faz sabe como é!  rsrs

         E, com sabedoria e um pouco de disciplina é perfeitamente possível associar os prós das duas formas de alimentação e evitar os contras!


      Consulte um Nutricionista para seu bichinho, pois ele pode ser saudável, bem nutrido e mais feliz do que nunca!!!


Até breve!

Dra. Aline Almeida

segunda-feira, 21 de março de 2011

Lipídeos na Nutrição Animal - 2ªparte

           
Como no 'post' anterior eu fiquei devendo apresentar algo mais aprofundado sobre as características terapêuticas de ácidos graxos, fiz um resumão mostrando como alguns ácidos graxos poliinsaturados podem ter ação imunosupressora!




Lipídeos e o Sistema Imune


Biossíntese de Ácidos Graxos

    Os mamíferos podem sintetizar ác. graxos a partir do acetil-CoA, porém estes são saturados, e no organismo animal só existe um tipo de enzima capaz de introduzir uma dupla ligação (D9), estas são encontradas em maior variedade em plantas (D5, D6, D12, D9 e D15).






Linfócitos
  • Linfócitos são células capazes de reconhecer e responder a antígenos, presentes no sangue e na linfa.
  • Linfócito B: sua proliferação é estimulada pela ativação de imunoglobulinas e produz mais anticorpos.
  • Linfócito NK (“natural killer”): são capazes de lisar células tumorosas ou infectadas por vírus.
  • Linfócitos T: reconhecem o antígeno, ativa secreções cabíveis, produz substâncias citotóxicas, monitora e desativa a resposta imune quando não há mais antígeno.
  • Th (“T helper”): inicia e modula a resposta imune.
  • Th1: resposta a infecções (fagocitose e citotoxidade).
  • Th2: resposta a alergias (eusinófilos e mastócitos -imunoglobulinas).
  • CTL (“cytotoxic T lymphocytes”): combate diretamente o agressor.




Resposta Imune

     A resposta imune ideal é aquela deflagrada pela agressão, segue seu curso, cumpre seu papel e no momento certo é desativada.
     Quando, por algum motivo, esta diretriz não pode ser seguida podemos perceber respostas imunes eficazes, porém, não ideais resultando em infecção sintomática.


Ácidos Graxos Dietéticos e Função de Células Imunes

     O principal interesse dos AGs na função imune é para intensificar a elucidação dos eicosanóides derivados do àc. aracdônico na modulação da inflamação e imunidade, pois seus mediadores podem ser inibidos por ác. graxos poliinsaturados de cadeia longa encontrados no óleo de alguns peixes marinhos, principalmente.


Efeitos dos AGs na Função Imune (in vitro):

     Ácidos graxos poliinsaturados inibem a proliferação dos linfócitos pela ação mitogênica.
     Inibe a produção de citoquina linfócito-derivada (CTL). Essa inibição esta relacionada com o grau de insaturação do ác. graxo.
     A atividade de linfócitos NK também foi inibida.
     A cultura de células com ácido oleico, linoleico, a-linoleico, aracdônico, eicosapentaenóico ou docosahexaenóico resultou em níveis menores de IL2 (interleucina), liberado por Th2.
     Ácidos graxos insaturados não fazem efeito na produção de imunoglobulinas (Ig) em concentrações abaixo de 100 mM, contudo concentrações acima de 1mM inibem fortemente a produção de Igs, por inibir a liberação de citoquinas liberadas por Th1, em acordo com a inibição de IL2.


Efeitos dos AGs na Função Imune

     Dietas suplementares em mulheres saudáveis por duas semanas com PUFAs n-3 (2,4 g/d) resultou em baixa atividade mitogência e 18 g de óleo de peixe (6 g/d) por seis semanas resultou em baixa atividade de fitohemaglutinina que é um fator, junto com a concavalina A, de estimulo da proliferação de linfócitos T.
    Alguns autores relatam que certos lipídios estão relacionados com a transdução de sinais celulares, principalmente no fígado, para metabolismo de lipoproteinas e diferenciação de adipócitos, influenciando também na redução de mRNA, IL1 e IL6 de Th1 e Th2.


PUFAs na função de Leucotrienos (LT)

      LTB5 é 10% menos ativo que LTB4 e ainda pode inibir sua ação.
     O tratamento com 18 g/d de EPA por seis semanas se mostrou eficiente no tratamento de artrite concomitante com a diminuição de 33% da ingestão de ácido aracdônico, resultando em inibição observada de 50% de LTB4 no neutrófilo.





Lipídeos Dietéticos

     A redução das atividades de linfócitos observada em animais com dietas ricas em ácidos graxos poliinsaturados torna também animais saudáveis mais suscetíveis ao ataque de microrganismos, visto que a resposta imune é dependente de linfócitos Th1.

     PUFAs demonstraram efeitos antiinflamatórios e imunossupressores.


Os óleos utilizados como fontes nos experimentos foram:

–óleo de girassol,
–óleo de soja,
–óleo de semente de linhaça,
–óleo de peixe (Menhaden) e
–óleo de oliva
puros ou misturados.



Conclusão

       Estudos em animais dependem de um protocolo para diferentes espécies. Existem ainda muitos fatores que vão influenciar diretamente no sistema imune e no metabolismo de ácidos graxos, como lipoproteínas, antioxidantes e situações patogênicas, contudo alguns ácidos graxos podem ter participação importante nos tratamentos envolvendo alterações da resposta imune.




Aproveitem e bons Estudos
Dra. Aline Almeida 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Lipídeos na Nutrição Animal - 1ª parte

 
Algumas considerações sobre a gordura na alimentação animal


Os Lipídeos são as chamadas gorduras, que tem por característica comum serem insolúveis em água. São moléculas abundantes na natureza, presente em qse todas sãs fontes de alimentos conhecidos.

A Importância deste nutriente na alimentação é marcante, porque as gorduras, nas suas inúmeras possibilidades químicas estão presentes no organismo todo, de diversas formas, como: componentes essenciais nas células como os fosfolipídeos que formam as paredes celulares, são formadores de energia, carreadores essenciais para absorção das vitaminas A, D, E e K, componentes de hormônios, componentes de enzimas entre outras funções.

Uma dieta pobre em lípides leva a diversos sintomas de degeneração de tecidos, carência grave de vitaminas lipossolúveis, sintomas dermatológicos, queda de pêlos, emagrecimento, raquitismo, entre outros.

Para se determinar o tipo de fonte de lípides e a quantidade que serão incluídas na alimentação deve-se ter conhecimento detalhado do metabolismo destas fontes para os animais.

Diferentemente de outros nutrientes, os lípides contidos em fontes vegetais são perfeitamente absorvíveis pelas mucosas intestinais de quase todas as espécies de mamíferos, pois o beneficiamento do óleo vegetal rompe as paredes celulares da célula vegetal mecanicamente, principalmente no processo a frio que preserva os ácidos graxos mais delicados cãs cadeias de lípides, os ácidos graxos poliinsaturados, visto que a parede da célula vegetal é a maior barreira de aproveitamento de nutrientes de fontes vegetais em animais monogástricos em geral.



Quais as diferenças entre os lípides que podem estar contidos na alimentação?



Basicamente a diferença está no número de carbonos e no grau de saturação da cadeia:

1. quanto mais saturada a cadeia de carbonos do ácido graxo, a gordura ira se apresentar dura à temperatura ambiente. Exemplo: gordura vegetal hidrogenada usada na indústria de massas, biscoitos, bolos e sorvetes; banha de porco; a gordura presente no frango e na carne vermelha.
Este tipo de gordura para ser absovida no intestino precisa sofrer ação de lípases e da bile no intestino e após absorvidas estimulam a produção de LDL (conhecido como “mal colesterol”) e pode trazer problemas metabólicos em humanos, contudo cães e gatos possuem um preparo metabólico que não os deixa correr o risco de hiperlipidemia (aumento de gordura no sangue).



2. quanto menos saturada a cadeia de carbonos do ácido graxo, a gordura ira se apresentar mais fluida à temperatura ambiente. Exemplo: óleos em geral.
Este tipo de gordura para ser absorvida no intestino não precisa sofrer ação de lípases, mas sim da bile no intestino e após absorvidas estimulam uma maior produção de HDL (conhecido como “bom colesterol”)e menos de LDL (conhecido como “mal colesterol”) isso reduz a chance de problemas metabólicos em qualquer espécie de animais.


Necessidades de ácidos graxos essenciais (AGE)



Os ácidos graxos mais importantes para o metabolismo do organismo de forma geral são:



• Ácido linolênico (18:3, W-3);

• Ácido linoleico (18:2, W-6);

• Ácido oleico (18:1, W-9);

Estes possuem 18 C e de 1 a 3 duplas ligações, sendo entre os C 3-4, 6-7 e 9-10, respectivamente.

• Araquidônico (20:4, W-6);

• Ácido palmítico (16:0);

• Ácido esteárico (18:0).




Contudo a maior parte dos mamíferos conseguem, a partir de ácidos graxos com menores cadeias carbônicas, construir estes AGE e manter a saúde dos tecidos normalmente.
A particularidade neste caso é o gato, e os outros felinos, que como carnívoros estritos, necessitam receber os ácidos aracdônico e linoléico na alimentação baseada na carne, que é rica nestes ácidos, que estes animais evoluíram para receber. Então, é muito importante que estas espécies recebam dietas ricas em óleos que contenham a maior quantidades maiores de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, para que as necesidades de ácidos graxos linoléico, linolênico e aracdônico sejam atingidas.


Bom, ainda existem diferentes características particulares de alguns ácidos graxos que levam a reações terapêuticas bem específicas, fica para um próximo post.


Bons estudos!!!


Dra. Aline Almeida