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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Prebióticos e Probióticos, você sabe a diferença?



O feto humano ou animal não contém germes. Mas logo após o nascimento as superfícies e mucosas são rapidamente colonizadas por microrganismos, segundo uma seqüência determinada para cada espécie. A duração desse processo também varia de espécie para espécie. No ser humano, por exemplo, são necessários de seis a 12 meses para que uma microbiota (microflora) semelhante à de um adulto se instale. Um ser humano adulto possui cerca de 100 trilhões de microrganismos de 300 a 400 espécies diferentes. No total, essa microbiota pesa cerca de 1,2 kg e tem uma atividade metabólica global semelhante à de um fígado. A microbiota normal pode, portanto, ser considerada como um órgão responsável pelo desempenho de funções benéficas aos animais e ao homem.


PROBIÓTICOS 


            São suplementos microbianos vivos que, ingeridos, melhoram o balanço microbiano do intestino do hospedeiro. Embora hoje os probióticos já tenham também aplicações nos ecossistemas respiratórios e urogenital, nos restringiremos a discutir sua ação no trato digestivo. Entre os probióticos mais estudados, tanto experimental quanto clinicamente, estão as bactérias e as leveduras. Alguns já são comercializados, sendo vendidos sob a forma de preparações, com um ou vários microrganismos vivos.

             Dos gêneros de bactérias mais investigados estão os Lactobacillus, Bifidobacterium, Streptococcus, Enterococcus e Escherichia, os dois primeiros são os que apresentam dados mais consistentes. Os Lactobacilli foram os primeiros microrganismos a serem administrados em sua forma viva, por via oral, visando produzir efeitos benéficos à microbiota digestiva. No início deste século, o microbiólogo russo Elie Metchnikoff (1845-1916) sugeriu o consumo de leite fermentado para modular essa microbiota. Na mesma época, o microbiólogo Francis Tissier observou que a microbiota fecal de recém-nascidos amamentados no seio apresentava mais Bifidobacterium do que a microbiota fecal de crianças que haviam recebido formulações e reconheceu o papel benéfico dessa bactéria. De fato, o gênero Bifidobacterium é típico da microbiota que predomina no trato digestivo humano, apresentando alta estabilidade populacional. Já os Lactobacilli são subdominantes, com populações bastante flutuantes. Desses gêneros de bactérias lácticas, as espécies mais usadas hoje como probióticos são: Lactobacillus acidophilus, L. casei, L. fermentum, L. plantarum, L. reuteri, Bifidobacterium bifidum e B. longum. Com menor freqüência, outros gêneros bacterianos já foram usados como probióticos em ensaios laboratoriais e clínicos, como as cepas de Escherichia coli EMO e Nisle e de Enterococcus faecium SF68. Esses microrganismos fazem parte da microbiota subdominante humana e são os primeiros a colonizar o trato digestivo do recém-nascido.

              Entre as leveduras, Saccharomyces boulardii é a única que foi amplamente testada em ensaios laboratoriais e clínicos. Esse microrganismo foi inicialmente isolado na lechia, planta da família das sapindáceas que ocorre nas regiões quentes da Ásia. Seus frutos contaminados pela levedura eram usados na medicina popular local para tratar a diarréia. O produto foi utilizado com a mesma finalidade a partir de 1960 e hoje é amplamente comercializado na Europa, África e América do Sul (Nicoli & Vieira, 2000).

             Os probióticos atuam inibindo a proliferação de bactérias patógenas pela produção de ácidos orgânicos e substâncias antibióticas ou pela redução de pH. As bactérias benéficas atuam produzindo enzimas digestivas e metabólitos capazes de neutralizar as toxinas bacterianas; ainda aumentam a imunidade da mucosa intestinal proliferando no trato digestivo e competindo com as bactérias patogênicas (Ferket, 1990 citado por SILVA et al, 2000). Ewing & Cole em 1994 (citados por SILVA, et al, 2000) descreveram também que os lactobacilos são capazes de influenciar a atividade das enzimas dos microvilos, as quais estão envolvidas no processo de absorção dos nutrientes e, dessa forma, beneficiam o hospedeiro.

          Entre as indicações dos efeitos benéficos dos probióticos, tem sido apontada para prevenção e tratamento coadjuvante de diarréias, assim como de doenças inflamatórias intestinais. Existem também indícios de que possam ser benéficos na prevenção primária de doenças alérgicas. As principais propriedades são: melhoria da atividade intestinal; facilita a digestão; inibe bactérias intestinais nocivas; previne infecção; adsorve substâncias carcinógenas; promove sabor aos alimentos; melhora o sistema imunológico e, estudos demonstram que, seu uso tópico auxilia doenças de pele. Hoje, pode-se afirmar que os probióticos são preparações seguras e já utilizadas em vários países (CARRANO, 2002).



              Abaixo são apresentados alguns dos efeitos fisiológicos dos probióticos.




1 - Inibição de bactérias intestinais indesejáveis - isto pode ocorrer por produção de substâncias bactericidas:


• Os lactobacilos podem produzir peróxido de hidrogênio, substância inibidora da Escherichia coli, salmonela, etc.


• Adesão à mucosa e multiplicação - este termo se refere à capacidade dos probióticos de aderirem nas vilosidades intestinais competindo e inibindo a fixação de patogênicos, como por exemplo, escherichia coli. A adesão não ocorre com todos os probióticos, segundo Bengmark, parece ser verdadeiro somente para o Lactobacilos Plantarum 299.


• Presença sem adesão à mucosa - para que isto ocorra é necessário que a ingestão do probiótico seja contínua pois sua suspensão não garante permanência no colon por período prolongado.


2 - Ativação da imunidade humoral e celular - Os Lactobacilos acidófilo, bulgárico e casei parecem aumentar a atividade fagocitária, a síntese de imunoglobulinas (IgA) e a ativação dos linfócitos T e B.


3 - Aumento da digestibilidade da lactose - os Lactobacilos produzem a enzima beta galactosidade que facilita a digestão da lactose






             
              PREBIÓTICOS




             São componentes da dieta, fermentados especificamente, cujo alvo são populações de bactérias intestinais consideradas benéficas para a saúde. Isto é, são ingredientes não digeríveis pelas enzimas digestivas, que afetam o hospedeiro modificando o crescimento e/ou a atividade de uma ou um número de bactérias benéficas no cólon tendo assim, o potencial de melhorar a saúde do hospedeiro. Compreendem a inulina e os frutooligossacarídeos (FOS). Quanto à recomendação do uso diário, os estudos variam de 8 a 10 gramas/dia para seres humanos.

Embora os aspectos clínicos da prebiose e seus aspectos relativos à promoção da saúde ainda não tenham sido definidos, é razoável supor que esta tecnologia pode ser útil para o futuro desenvolvimento dos alimentos que influenciam a bacteriologia do intestino grosso e finalmente o curso de certas doenças intestinais, pois estimulam o crescimento de bifidobactérias e suprimem o crescimento de bactérias putrefativas (CARRANO, 2002).

            
 
             A IMPORTÂNCIA DA MICROFLORA INTESTINAL
 

              Coloca-se então a questão:
- a microflora intestinal e assim tão importante?
- De fato, a microflora é essencial para a decomposição das substâncias alimentares que não foram digeridas, integridade das paredes intestinais, produção de vitaminas, particularmente do grupo B e ácidos gordos, estímulo à resposta imunitária, redução do nível do colesterol no sangue das aves e proteção contra microrganismos patogênicos.

             O intestino é parte importante do sistema imunitário, existem inúmeras doenças que são causadas pelo seu mau funcionamento e pela debilidade imunitária a que dá origem. Assim, o saneamento do intestino faz-se não só através do combate aos microrganismos indesejáveis (com antibióticos, sulfonamidas e antiparasitários), mas também por meio da reposição da flora bacteriana natural - microflora - com Probióticos. Também colaboram para manter um intestino em forma, os alimentos ricos em fibras, pão integral, germe de trigo, linhaça (cuidado com as sementes rançosas), legumes e fruta (mas cuidado com os pesticidas e fermentações), tudo isto claro, numa combinação equilibrada com os outros alimentos. De uma forma simplista, pode-se dizer que, enquanto existir uma microflora sadia nos intestinos, não haverá espaço para a entrada de bactérias patogênicas, como Salmonelas, Colibacilose, Cândidas, etc. Daí, sempre que existam indicações de debilidade, haverá em primeiro lugar que repor então toda a microflora, que na grande maioria dos casos será suficiente a utilização de Probióticos, sem necessidade de recorrer a outros produtos farmacêuticos como os antibióticos, antiparasitários, etc (PIRES, 1998).

 
 
Probióticos para diferentes espécies de animais

             Existem uma infinidade de preparados comerciais para uso na alimentação animal de várias espécies de monogástricos, porém pouco se tem de informações cientificas que comprovem resultados que possam se refletir em produção ou produtividade. Contudo, o efeito de bem estar animal e manutenção da integridade metabólica do aparelho digestivo, além de seus efeitos coadjuvantes nos tratamentos de patologias que acometem o aparelho digestivo, é inquestionável.




Dra. Aline Almeida
Zootecnista, DSc., MSc.







Bibliografia citada:

CARRANO, C. H.. Probióticos e prebióticos. Disponível em: http://www.enteral.com.br/dicas8.htm





BUTOLO, J. E. Tendências de uso de alimentos funcionais para animais de estimação. Gui xclusive Pet & Horse, Disponível em: http://www.xclusive.com.br/guia/pet/artNutricaoCbna.pdf



PIRES, L. Os Probióticos: em benefício da vida das aves. Boletim Informativo do
Clube Ornitológico Português. 1998. Disponível em: http://www.terravista.pt/Nazare/2222/probio.htm


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